Em Rondônia, autores clássicos voltaram aos holofotes ao figurarem em uma lista de 43 livros considerados “inadequados às crianças e adolescentes” a serem recolhidos das escolas, por orientação do Governo do Estado. A informação, em princípio chamada de fake news pelo secretário de Educação, Suamy Vivecananda Lacerda Abreu, acabou sendo vazada em um áudio atribuído à gerente de Educação Básica de Rondônia, Rosane Seitz Magalhães. “É um pedido do nosso secretário”, afirmou na mensagem do WhatsApp. O conteúdo viralizou e não foram poucas as críticas ao Governo do ultradireitista Marcos Rocha, um ex-coronel da Polícia Militar que se filiou ao PSL e chegou ao poder na onda conservadora das eleições de 2018. A reportagem de Regiane Oliveira expõe um panorama da política do Estado que conta com um Governo do PSL apoiado pela tríade “bíblia, boi e bala”, onde a censura já não é um fenômeno isolado na política local. Ao EL PAÍS, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Antonio Dias Toffoli, classificou a iniciativa de “inacreditável”. “Se um caso desse chegar ao Supremo, cai na mesma hora. É absolutamente inacreditável que no século XXI alguém tente censurar livros como esses”, afirmou o magistrado ao repórter Afonso Benites, nesta sexta-feira em Brasília.
Nenhum filme ou artista brasileiro jamais ganhou um prêmio Oscar. No próximo domingo, é possível que esse feito seja alcançado por Democracia em vertigem, de Petra Costa. Nesta edição, artigos analisam não apenas sobre a obra da cineasta, mas a explosiva reação de um Brasil polarizado que ainda carrega a ferida aberta do impeachment de Dilma Rousseff.
E, a poucas horas da premiação, a lista de filmes favoritos para saírem da cerimônia repletos de estatuetas ficou reduzida a apenas um punhado de opções: Coringa, O Irlandês, Era Uma Vez em... Hollywood e 1917. Nos últimos meses, muito se falou sobre como vários dos filmes mais aclamados desta temporada são sobre homens que se veem ameaçados pela sociedade de suas respectivas épocas e respondem com violência. O mítico programa humorístico de TV Saturday Night Live levou as críticas a um novo nível: “A fúria do homem branco”. É o que conta Carlos Megía. A cerimônia de entrega das estatuetas começa neste domingo às 22h (horário de Brasília) e terá a cobertura em tempo real do EL PAÍS.
Para ler com calma, um novo estudo mapeia o crescimento, a evolução e o perigo da chamada manosphere, uma comunidade dispersa em espaços online como 'Reddit ou em canais do YouTube onde os homens reunidos lamentam sua sorte neste século XXI supostamente feminista. A reportagem de Jordi Pérez Colomé ouviu especialistas para contar quais são as características e tendências destes espaços, sobre o que debatem e o enorme risco que representam.
Rondônia no laboratório do conservadorismo BBB |
Governo apoiado pela tríade “bíblia, boi e bala” manda recolher livros “inadequados”. Mas censura não é um fenômeno isolado no Estado |
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